As manifestações contra a corrupção no 7 de Setembro trouxeram de volta às ruas os caras-pintadas em nova versão, e junto a lembrança do impeachment de Collor, em 1992. De lá para cá muita coisa mudou. Não havia a internet, nem as redes sociais. Mas havia um sentimento de participação da sociedade muito maior. As instituições, as entidades mobilizadoras e representativas dos diferentes segmentos sociais também tinham mais credibilidade, porque eram mais independentes.
No próximo dia 20, o Rio vai fazer uma manifestação contra a corrupção na Cinelândia. Em outras capitais haverá protestos semelhantes. Os olhares do Brasil vão estar de novo voltados para o Rio de Janeiro. É importante a mobilização das pessoas até porque sabemos que o movimento contra a corrupção precisa de muito mais do que meia-dúzia de manifestações. Mas a resposta da população aos primeiros protestos terá enorme influência para a campanha seguir adiante. Se o povo do Rio se mobilizar e participar, mostrando que podemos ser de novo a vanguarda do país, certamente crescerá muito a força do movimento Brasil afora.
As redes sociais tem um papel decisivo, mas não custa lembrar que o Brasil tem 190 milhões de habitantes e apenas 80 milhões de internautas. Desse universo que está na rede, uma boa parcela, impossível de precisar, usa a internet apenas como lazer e para interesses pessoais. Um movimento contra a corrupção com força para se espalhar de norte a sul do país e provocar mudanças vai precisar bem mais do que as redes sociais. No dia 20 de setembro, o Rio pode dar um primeiro passo decisivo para gritar contra a corrupção e fazer sua voz ecoar pelo Brasil. Depende de cada um de nós fazer a sua parte.
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